terça-feira, 7 de julho de 2009

VOCÊ SABE O QUE É UM P.A.?

Fiz essa pergunta para uma amiga esses dias e a moça não soube responder. Alguns colegas de trabalho também desconheciam o termo. Achei estranho. Pensei que a expressão já houvesse percorrido os quatro continentes. Aliás, será que no resto do mundo também existe pinto amigo? Bem provável que sim. O problema é a mulherada aceitar essa condição. Sim! Só a mulherada. Porque para os homens a coisa é bem mais sossegada. E por que não dizer agradável? Claro, você, super macho, pode pensar: mas eu nunca deixaria alguém me usar desse jeito. Besteira! Ou você é um religioso fervoroso, ou… não gosta da fruta. Baixe as calças e mostre a bunda quem nunca fez sexo casual. Algumas pudicas podem torcer o nariz e dizer que isso é coisa de vadia, piranha e outras faunas. Na verdade, amigas, é muito, muito, muito bacana. Principalmente quando acontece o sexo pelo sexo. E se for com um amigo, então… melhor ainda. Durante meus quatro anos de faculdade eu tive um P.A. Digamos que foi bem prazeroso. Lógico que existe um segredo. A Gala sempre falou sobre isso: Vocês tem que ler mais os ensinamentos hindus. O lance é não se apegar. Sábias palavras. (…) Essa história de pinto amigo começou com um selinho de despedida. Depois, o selinho se transformou num beijo de língua. E aí, rolou aquele amasso dentro do carro. Bom, o resto dá pra imaginar. O lance todo veio dele. Usou um argumento poderoso. Cheio de si e esbanjando charme, o filho-da-puta-mor mandou essa: Se for pra transar casualmente que seja com um amigo, então. O complicado era olhar pro rapaz no outro dia como se não tivesse acontecido nada. E o pior: controlar o sentimento. O acordo rolou da seguinte forma: uma dia estávamos saindo do cinema – fomos assistir Rei Leão – e aí, cinco da tarde, nada pra fazer, sentamos num bar e começamos a falar sobre a vida alheia. Conversa vai, conversa vem, os ponteiros se encontraram. Meia-noite, hora de pegar a carruagem. Quase seis horas de bebedeira depois, a gente na Marginal Pinheiros. Depois de segundos daquele silêncio ensurdecedor, acontece o seguinte diálogo:

P.A.: Você vai fazer alguma coisa agora?

EU: Assistir TV, dormir.

P.A.: Sei.

EU: Por que?

P.A.: Não, nada.

(É impressionante como duas negações seguidas revelam tantas coisas positivas.)

EU: Você tá pensando exatamente no que?

P.A.: A gente é amigo há quanto tempo?

EU: Um ano, talvez?

P.A.: E nesse ano você já sentiu um lance diferente...

EU: Por você?

P.A.: Às vezes você me dá medo.

EU: Fala, fala logo o que você tá pensando. Não enrola. Vai direto ao assunto.

P.A.: Tá bom. Se você quer assim, lá vai. Por que a gente não dorme junto essa noite?

(cinco segundos exatos de silêncio)

EU: Beleza. Mas você tem que prometer uma coisa.

P.A.: O que?

EU: Aconteça o que acontecer nós vamos continuar amigos. Só amigos.

(mais cinco segundos de silêncio)

P.A.: Se pra você tudo bem, pra mim tá ótimo.

É lógico que a primeira vez foi tudo muito esquisito. Aquela conversa tinha zerado todo o álcool do meu cérebro. Foi um negócio muito comportado. Pareciam dois virgens brincando de Lego. Lá pela terceira noite, com o acordo mais que selado e mantido o segredo diante da galera da faculdade... tivemos uma noite digna do termo maravilhosa. Importante: nunca deixe que os amigos, colegas, conhecidos saibam a verdadeira identidade do seu P.A. Tentei convencer algumas amigas a serem adeptas dessa modernidade. Mas apenas duas tiveram coragem de tomar iniciativa. Sabe o que é melhor de tudo isso? Você não sentir ciúme, obrigação de estar junto, vontade de agradar, dar presente, comemorar datas, fazer rodeios. Tudo é livre, desempedido e favorável à diversão. Sem contar que em determinados casos, você economiza. Vejam o caso da minha amiga Mariana. Marcou com o seu P.A. de pegarem um cineminha e na sequência, um motelzinho – só pra deixar tudo inho. Ela entrou no carro do cara e ele todo polido disse: Má, hoje foi um dia punk, trabalhei muito, tô cansadão. Será que a gente poderia só ir ao cinema? E ela, com a sabedoria de uma bruxinha do Harry Potter: E por que a gente não pula o cinema e fica só com o motel? Beijos! Diva Lee.

4 comentários:

Jander Minesso disse...

E, como diz aquela música: Come on, abuse me more, I liiiiike it...

leitoa doida disse...

Jander cita uma música, citarei outra: "Se todas fossem no mundo iguais a você"!!! ;)

Sonic disse...

Caraca, sensacional o blog de voces... com certeza será mais um que passarei a ter obrigação de ler todos os dias!!!

Valeu Leitoa pela indicação!!!

Mas falando do post... Diva Lee... o dificil dessa situação, é não se envolver emocionalmente com o P.A, ou pra voce não teve dificuldade nisso?! Se não teve dificuldade nisso, voce poderia passar a receita as mulheres que frequentam o blog.

Show!!!

Anônimo disse...

Diva Lee, quero muito te conhecer. Já!!!!!! Você deve ser uma beleza de mulher. Demais esse blog.